Os exames de sangue básicos como o hemograma e a glicose são fundamentais na triagem clínica. 

Por isso, médicos solicitam esses exames tanto em atendimentos preventivos quanto em consultas por queixas inespecíficas. Apesar da simplicidade, os dois trazem dados cruciais sobre inflamações, infecções, anemia e distúrbios metabólicos como o diabetes.

Os exames laboratoriais são uma das principais ferramentas para rastrear doenças crônicas e condições silenciosas que evoluem sem sintomas aparentes, como o pré-diabetes. Portanto, saiba mais sobre sua importância a seguir!

O que é avaliado no hemograma completo?

O hemograma completo investiga a saúde das células sanguíneas: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas e cada componente do sangue pode sinalizar alterações clínicas importantes, como:

• Hemácias (eritrócitos): indicam se há oxigenação suficiente nos tecidos. Quando estão abaixo do valor de referência, é comum o diagnóstico de anemia ferropriva ou doenças crônicas inflamatórias;
  
• Leucócitos (glóbulos brancos): aumentos repentinos sugerem infecções bacterianas agudas, enquanto quedas podem indicar quadros virais ou comprometimento da medula óssea;
  
• Plaquetas: em baixa quantidade, aumentam o risco de sangramentos. Em excesso, podem indicar processos inflamatórios ou risco cardiovascular.

Segundo a SBPC/ML, o hemograma pode ser um dos primeiros sinais laboratoriais de doenças autoimunes, leucemias e infecções ocultas e ele também serve como acompanhamento em tratamentos quimioterápicos e avaliação pré-operatória.

Glicose em jejum: mais do que detectar diabetes

A dosagem de glicose em jejum é o exame mais direto para avaliar alterações no metabolismo da insulina. 

O corpo humano precisa manter a glicose em níveis estáveis, mas uma série de fatores pode causar desequilíbrios.

Dessa forma, o jejum é necessário porque qualquer ingestão recente de alimentos afeta imediatamente os níveis de glicose. Os valores de referência são:

• Inferior a 99 mg/dL: considerado dentro da normalidade;
  
• Entre 100 e 125 mg/dL: estado de alerta para pré-diabetes;
  
• A partir de 126 mg/dL em duas medidas: diagnóstico de diabetes.

Esses valores podem variar dependendo do laboratório, por isso a interpretação deve ser feita com base nos intervalos de referência do próprio exame. 

Além disso, o uso de certos medicamentos, como corticoides, e situações como infecções ou estresse, também alteram temporariamente a glicose.

Colesterol e frações: o que HDL, LDL e VLDL revelam?

A avaliação do perfil lipídico envolve diferentes frações do colesterol. Cada uma apresenta riscos distintos à saúde cardiovascular:

• HDL (lipoproteína de alta densidade): conhecida como “colesterol bom”, ajuda a remover o excesso de colesterol das artérias;
  
• LDL (lipoproteína de baixa densidade): quando em excesso, se deposita nas paredes arteriais e aumenta o risco de infarto e AVC;
  
• VLDL: associada ao transporte de triglicerídeos; valores elevados apontam para desequilíbrios no metabolismo das gorduras.
  

Vale ressaltar ainda que os níveis elevados de LDL e baixos de HDL estão diretamente associados a doenças coronarianas e o controle adequado do colesterol requer não só acompanhamento laboratorial periódico, mas também mudanças consistentes no estilo de vida.

Como se preparar para o exame de sangue?

Para que os resultados sejam confiáveis, é necessário seguir algumas orientações básicas antes da coleta. De acordo com a SBPC/ML, recomenda-se:

• Jejum entre 8 e 12 horas para exames como glicose, colesterol e triglicerídeos;
  
• Evitar esforço físico intenso nas 24 horas anteriores, pois isso altera os níveis de enzimas e hormônios;
  
• Não ingerir bebidas alcoólicas por pelo menos 48 horas antes do exame;
  
• Informar uso de medicamentos, especialmente corticoides, antidiabéticos e anticonvulsivantes;
  
• Atenção ao horário da coleta, pois alguns exames são sensíveis a variações hormonais ao longo do dia.
  

Ignorar essas recomendações pode levar a interpretações erradas e necessidade de repetir o exame.

Quando repetir os exames de sangue?

A frequência dos exames laboratoriais varia conforme o quadro clínico. Em adultos saudáveis, o hemograma e a glicose devem ser repetidos anualmente. Já pacientes com doenças crônicas, como diabetes ou hipertensão, devem realizar acompanhamentos a cada três ou seis meses.

Mulheres grávidas, por sua vez, têm calendários laboratoriais específicos para cada trimestre da gestação. O mais importante é manter um diálogo constante com o médico responsável e respeitar os prazos indicados para cada situação.

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