Saúde da mulher: quando os cuidados devem começar?05 de outubro 2025
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Entenda os marcos da saúde feminina, da puberdade à maturidade, e saiba quais são os exames indispensáveis em cada etapa.

Resumo:

  • A saúde da mulher é um cuidado integral que se inicia na infância e se adapta a cada ciclo da vida.
  • A primeira consulta ginecológica é recomendada após a primeira menstruação ou no início da vida sexual.
  • Exames preventivos, como Papanicolau e mamografia, seguem calendários específicos baseados na idade e no histórico de saúde.
  • O cuidado vai além da ginecologia, envolvendo saúde mental, nutrição e bem-estar geral.
  • Manter um diálogo aberto com profissionais de saúde é fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce.

A adolescência chega e, com ela, um universo de transformações e dúvidas. Para muitas meninas e suas famílias, uma pergunta se torna central: quando é a hora certa de começar a ir ao ginecologista? Essa questão marca o início de uma jornada de autocuidado que acompanhará a mulher por toda a vida.

O que significa a saúde integral da mulher?

Falar sobre saúde da mulher vai muito além de consultas ginecológicas. Trata-se de uma abordagem completa que considera o bem-estar físico, mental e social em todas as fases, desde a infância até a terceira idade. É importante notar que a saúde feminina é influenciada por fatores sociais, como o gênero, que podem moldar as experiências e os resultados das mulheres dentro do sistema de saúde. Assim, este conceito abrange desde a nutrição e a saúde mental até a prevenção de doenças e os direitos reprodutivos.

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher busca promover ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, garantindo um cuidado contínuo e adaptado às necessidades específicas de cada período da vida. Para que as mulheres recebam os cuidados de saúde necessários de forma abrangente, a colaboração entre as comunidades e os serviços de saúde é vital. Essa parceria ajuda a identificar barreiras e a desenvolver soluções que melhorem o acesso ao tratamento e a prevenção.

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Quando a saúde da mulher realmente começa?

Embora a atenção com a saúde deva existir desde o nascimento, com o acompanhamento pediátrico e a vacinação em dia, os cuidados específicos da saúde feminina ganham novos contornos com a chegada da puberdade. Os cuidados essenciais com a saúde da mulher são abrangentes e devem iniciar na adolescência, estendendo-se por todas as fases da vida. Isso inclui a idade fértil, os períodos de gravidez e pós-parto, além da menopausa. É nessa fase que se estabelecem as bases para uma vida adulta saudável.

Na infância e na puberdade: os primeiros passos

Na infância, o foco está no desenvolvimento geral, monitorado pelo pediatra. Com o início da puberdade, geralmente entre os 8 e 13 anos, o corpo passa por mudanças intensas. É um período ideal para orientar sobre higiene íntima, ciclo menstrual e as transformações que estão por vir.

A vacinação contra o HPV (Papilomavírus Humano) é um dos cuidados mais importantes nessa fase. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) a oferece gratuitamente para meninas e meninos, sendo uma ferramenta poderosa na prevenção do câncer de colo do útero.

A primeira consulta com o ginecologista

A primeira visita ao ginecologista é um marco. Não existe uma idade fixa, mas a recomendação geral é que ocorra após a primeira menstruação (menarca). O objetivo inicial é orientar e criar um vínculo de confiança, esclarecendo dúvidas sobre:

  • Ciclo menstrual: regularidade, cólicas e fluxo.
  • Higiene íntima.
  • Vacinação contra o HPV.
  • Prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
  • Métodos contraceptivos, caso a paciente já tenha iniciado ou pense em iniciar a vida sexual.

A construção de um vínculo de confiança com as médicas e os demais profissionais de saúde é crucial. Essa confiança incentiva a mulher a se envolver ativamente em seu tratamento, seguir as recomendações e, consequentemente, alcançar melhores resultados de saúde.

É fundamental que as mulheres compreendam a importância dos cuidados preventivos em saúde sexual e reprodutiva. A ausência desse conhecimento pode, por vezes, dificultar o acesso a exames essenciais e a métodos contraceptivos.

Vale dizer que o exame ginecológico completo, incluindo o toque e o uso de espéculo, só é realizado se houver necessidade ou se a mulher já for sexualmente ativa.

Quais são os exames essenciais em cada fase da vida?

A prevenção é a chave para a longevidade com qualidade de vida. Por isso, os exames de rotina mudam conforme a idade e as necessidades do corpo feminino.

Vida adulta jovem (20 a 39 anos)

  • Papanicolau: também chamado de preventivo, deve ser feito anualmente a partir dos 25 anos (ou antes, conforme orientação médica) por mulheres com vida sexual ativa. Ele detecta alterações nas células do colo do útero.
  • Exames de sangue: hemograma, glicemia, colesterol e função da tireoide ajudam a monitorar a saúde geral.
  • Pesquisa de ISTs: exames para HIV, sífilis, clamídia e outras infecções são importantes, especialmente com a troca de parceiros.

Maturidade (40 a 59 anos)

  • Mamografia: é o principal exame para rastreamento do câncer de mama. A recomendação do Ministério da Saúde é a realização a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos. A frequência pode variar conforme o histórico familiar e a avaliação médica.
  • Exames de sangue: a verificação dos níveis hormonais pode ser solicitada com a aproximação do climatério e da menopausa.
  • Densitometria óssea: após a menopausa, este exame se torna relevante para avaliar o risco de osteoporose.

Após os 60 anos

Nesta fase, a frequência dos exames de rotina é mantida e, muitas vezes, intensificada. Além dos exames já citados, o acompanhamento cardiológico e o monitoramento de condições crônicas, como diabetes e hipertensão, tornam-se ainda mais cruciais. A densitometria óssea continua sendo um exame periódico fundamental.

Como manter a saúde da mulher em dia no cotidiano?

Os exames periódicos são uma parte do cuidado, mas as escolhas diárias têm um impacto imenso na qualidade de vida. Práticas simples podem fazer uma grande diferença.

  • Tenha uma alimentação equilibrada: priorize alimentos naturais, ricos em fibras, vitaminas e minerais.
  • Pratique atividades físicas: a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana.
  • Cuide do sono: dormir bem é essencial para a recuperação do corpo e da mente.
  • Gerencie o estresse: encontre atividades que promovam o relaxamento, como meditação, hobbies ou contato com a natureza.

Qual a diferença entre saúde da mulher e o produto com esse nome?

É comum encontrar buscas pelo termo “saúde da mulher” que se referem a um produto fitoterápico específico, vendido em farmácias e indicado para regular o ciclo menstrual e aliviar cólicas. É importante esclarecer que este artigo trata do conceito amplo de cuidado integral com a saúde feminina, e não deste medicamento em particular.

Qualquer medicação, mesmo que de origem natural, deve ser utilizada apenas com prescrição e acompanhamento profissional. A automedicação pode mascarar sintomas de condições mais sérias e trazer riscos à saúde.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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