Câncer bucal: conheça os 10 sintomas de alerta02 de novembro 2025
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Saiba identificar os sinais precoces, entenda os fatores de risco e descubra como a prevenção é sua maior aliada na saúde.

Resumo:

  • O câncer bucal é um tumor maligno que afeta lábios, língua, gengivas, bochechas e céu da boca.
  • Sintomas comuns incluem feridas que não cicatrizam em 15 dias, manchas brancas ou vermelhas e nódulos.
  • Os principais fatores de risco são o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além da infecção por HPV.
  • O diagnóstico precoce, realizado por um dentista ou médico, aumenta drasticamente as chances de cura.
  • A prevenção envolve bons hábitos de higiene, evitar o fumo e o álcool, e realizar o autoexame da boca.

Você se olha no espelho para escovar os dentes e nota uma pequena ferida no canto do lábio que insiste em não desaparecer. Pode parecer algo sem importância, um simples machucado. Contudo, lesões persistentes na boca podem ser um dos primeiros sinais de alerta para uma condição mais séria.

O que é o câncer bucal?

O câncer bucal, também conhecido como câncer de boca, é um tipo de tumor maligno que se desenvolve em qualquer parte da cavidade oral. Isso inclui os lábios, a gengiva, o revestimento interno das bochechas, a língua, o assoalho da boca (abaixo da língua) e o céu da boca (palato).

Este tipo de câncer é considerado o mais comum e letal entre os cânceres de cabeça e pescoço. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este tipo de câncer é mais comum em homens acima dos 40 anos. A Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, na primeira semana de novembro, reforça a importância de falar sobre o tema e conscientizar a população sobre os riscos e os sinais da doença.

Quais são os 10 principais sintomas do câncer de boca?

O reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental para um tratamento bem-sucedido. Ficar atento a qualquer alteração na boca é o primeiro passo. Quando desconfiar de um câncer? Observe a presença de um ou mais dos seguintes sinais por mais de duas semanas:

É importante notar que os cânceres bucais em estágio inicial podem não apresentar sintomas óbvios. Muitas vezes, eles são confundidos com problemas bucais comuns. Por isso, o exame visual cuidadoso é essencial para sua detecção precoce.

  1. Feridas ou úlceras nos lábios ou no interior da boca que não cicatrizam em até 15 dias.
  2. Manchas ou placas de cor branca (leucoplasia) ou vermelha (eritroplasia) na gengiva, língua ou bochechas. Essas manchas podem ser lesões pré-cancerígenas, muitas vezes silenciosas, que podem ser identificadas em exames odontológicos de rotina, sendo cruciais para a prevenção.
  3. Nódulos (caroços) ou inchaços persistentes na boca, pescoço ou mandíbula.
  4. Sangramento sem causa aparente em qualquer parte da boca.
  5. Dificuldade ou dor para mastigar, engolir ou mover a língua.
  6. Dor de garganta constante que não melhora com tratamentos comuns.
  7. Sensação de dormência ou formigamento em alguma área da boca.
  8. Alteração súbita na voz ou rouquidão persistente.
  9. Mau hálito crônico que não desaparece com a higiene bucal.
  10. Perda de dentes sem motivo aparente ou dificuldade para usar próteses dentárias.

Sintomas em estágio avançado

Em fases mais avançadas, os sintomas podem se intensificar. A dificuldade para engolir (disfagia) pode levar à perda de peso não intencional. É importante ressaltar que sintomas como dor, sangramento e inchaços na boca frequentemente surgem quando a doença já está em um estágio avançado. Além disso, a dor pode se tornar mais severa e o inchaço no pescoço, mais evidente, indicando o possível avanço do tumor para os gânglios linfáticos. Isso reforça ainda mais a necessidade do diagnóstico precoce.

O que causa o câncer na boca?

A maioria dos casos de câncer bucal está ligada a fatores de risco que podem ser evitados. Conhecê-los é uma ferramenta poderosa de prevenção.

Os principais fatores de risco são:

  • Tabagismo: o uso de cigarros, charutos, cachimbos ou tabaco mascado é o principal causador da doença. A fumaça quente e as substâncias tóxicas agridem diretamente as células da mucosa bucal.
  • Consumo de álcool: o uso excessivo de bebidas alcoólicas, especialmente quando associado ao tabagismo, multiplica o risco de desenvolver a doença.
  • Exposição solar: a radiação ultravioleta (UV) sem proteção adequada é a maior causa do câncer nos lábios.
  • Infecção pelo HPV: alguns subtipos do Papilomavírus Humano, transmitido principalmente por via sexual, estão associados a tumores na orofaringe, amígdalas e base da língua.
  • Má higiene bucal: a falta de cuidados com a higiene pode levar a inflamações crônicas que, em longo prazo, aumentam a vulnerabilidade das células a agentes cancerígenos.

Como o diagnóstico de câncer bucal é realizado?

O diagnóstico começa com a sua atenção aos sinais e a visita regular a um profissional. O caminho geralmente segue estes passos:

1. Autoexame e consulta profissional: examine sua boca regularmente em frente a um espelho, procurando por qualquer um dos sinais listados. Ao notar algo diferente, agende uma consulta com um dentista com preço acessível ou médico. Esses profissionais são treinados para identificar lesões suspeitas.

Estudos indicam que muitos médicos generalistas podem ter conhecimento limitado sobre os sintomas e as localizações mais comuns do câncer bucal. Eles nem sempre incluem exames preventivos da boca em suas rotinas. Por essa razão, a visita regular ao dentista é fundamental, pois este profissional possui treinamento específico para a identificação de lesões suspeitas.

2. Avaliação clínica: durante a consulta, o especialista fará uma inspeção visual completa de toda a cavidade oral e pescoço, em busca de anormalidades.

3. Biópsia: se uma lesão suspeita for encontrada, o diagnóstico definitivo é feito por meio de uma biópsia. Neste procedimento, um pequeno fragmento de tecido é removido e enviado para análise laboratorial (exame histopatológico) para confirmar a presença de células cancerígenas.

Exames de imagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética podem ser solicitados para avaliar a extensão do tumor.

Quais são as opções de tratamento disponíveis?

O tratamento do câncer bucal depende do estágio da doença, da localização do tumor e da saúde geral do paciente. A definição do plano terapêutico é feita por uma equipe multidisciplinar.

Um diagnóstico em estágio inicial está diretamente ligado a tratamentos mais eficazes e com maiores chances de sucesso.

As modalidades mais comuns incluem:

  • Cirurgia: é o tratamento mais comum para a maioria dos casos, com o objetivo de remover completamente o tumor e uma margem de segurança de tecido saudável.
  • Radioterapia: utiliza radiação de alta energia para destruir as células cancerígenas. Pode ser usada isoladamente em tumores iniciais ou após a cirurgia.
  • Quimioterapia: utiliza medicamentos para matar as células do câncer. É frequentemente combinada com a radioterapia, especialmente em casos mais avançados.

Terapias-alvo e imunoterapia são abordagens mais modernas que podem ser indicadas em situações específicas, oferecendo tratamentos mais direcionados.

É possível prevenir o câncer bucal?

Sim. Grande parte dos casos de câncer de boca pode ser prevenida com a adoção de hábitos saudáveis e a eliminação dos fatores de risco conhecidos.

O câncer bucal tem altas chances de cura quando detectado no início. Portanto, a informação e a atenção aos sinais do seu corpo são suas melhores ferramentas de defesa. Em caso de qualquer dúvida, não hesite em procurar a Clínica Sim.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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