Outubro Rosa: um guia completo para a prevenção do câncer de mama e colo do útero23 de outubro 2025
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Saiba como a conscientização, exames de rotina e hábitos saudáveis são fundamentais na luta contra essas doenças.

O que é o Outubro Rosa e qual a sua importância?

O Outubro Rosa é um movimento internacional que começou no início da década de 1990, nos Estados Unidos, com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama. A campanha busca proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

Sua importância é imensa. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres no Brasil. A informação correta e a detecção em fases iniciais aumentam significativamente as chances de um tratamento eficaz.

No Brasil, a campanha também se tornou uma oportunidade para alertar sobre a saúde feminina de forma mais ampla, incluindo a prevenção do câncer de colo do útero, outra doença com alta incidência no país.

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Como o câncer de mama se manifesta?

Conhecer o próprio corpo é o primeiro passo para perceber qualquer alteração. Embora a maioria dos nódulos mamários seja benigna, toda mudança deve ser investigada por um médico especialista, como um ginecologista ou mastologista.

Sinais e sintomas que exigem atenção

A manifestação mais comum do câncer de mama é um nódulo (caroço) fixo e geralmente indolor. Contudo, outros sinais podem estar presentes. Procure avaliação médica se notar:

  • Nódulo palpável na mama ou na axila;
  • Alterações na pele da mama, como vermelhidão, retração ou aparência de casca de laranja;
  • Mudanças no formato ou tamanho das mamas;
  • Saída de líquido anormal pelo mamilo;
  • Pequenos nódulos no pescoço ou nas axilas.

Quais são os principais fatores de risco para o câncer de mama?

Existem diversos fatores que podem aumentar o risco de desenvolver câncer de mama. Eles podem ser divididos entre comportamentais/ambientais e hereditários/genéticos.

Fatores Comportamentais/AmbientaisFatores Hormonais/Reprodutivos e Hereditários 
Obesidade e sobrepeso após a menopausaHistórico familiar de câncer de mama ou ovário
Sedentarismo (não praticar atividade física)Primeira menstruação antes dos 12 anos
Consumo excessivo de bebida alcoólicaNão ter tido filhos ou primeira gravidez após os 30 anos
Exposição frequente a radiações ionizantesMenopausa após os 55 anos

É fundamental destacar que ter um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher necessariamente terá a doença.

Como é possível prevenir o câncer de mama?

A prevenção é uma estratégia central na luta contra o câncer de mama e se divide em duas frentes principais: a primária, focada em evitar que a doença surja, e a secundária, que visa a detecção precoce.

Prevenção primária: mudanças no estilo de vida

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. As principais recomendações incluem:

  • Praticar atividade física: a regularidade é mais importante que a intensidade.
  • Manter uma alimentação saudável: priorize alimentos frescos e evite ultraprocessados.
  • Controlar o peso corporal: especialmente após a menopausa.
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas: ou fazê-lo com extrema moderação.
  • Amamentar: o aleitamento materno é considerado um fator de proteção.

Prevenção secundária: a importância do diagnóstico precoce

O rastreamento através de exames é a forma mais eficaz de detectar o tumor em sua fase inicial. A principal ferramenta para isso é a mamografia, um exame de raio-x das mamas.

A recomendação do Ministério da Saúde é que mulheres entre 50 e 69 anos realizem a mamografia de rastreamento a cada dois anos. Mulheres com maior risco, como aquelas com histórico familiar, podem precisar iniciar o acompanhamento mais cedo, conforme orientação médica.

O autoexame, embora não substitua a mamografia, é uma ferramenta importante de autoconhecimento. A mulher que conhece suas mamas está mais apta a identificar qualquer anormalidade e procurar um serviço de saúde rapidamente.

Qual a relação entre Outubro Rosa e o câncer de colo do útero?

Aproveitando o engajamento do Outubro Rosa, as autoridades de saúde ampliaram a campanha para incluir a conscientização sobre o câncer de colo do útero. Essa doença está diretamente associada à infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV).

Diferentemente do câncer de mama, o câncer de colo do útero pode ser prevenido de forma altamente eficaz através de duas estratégias principais. No entanto, a falta de conhecimento sobre a doença e a importância dos exames preventivos dificulta a detecção precoce e o tratamento eficaz, sublinhando a importância dessas campanhas.

Como se prevenir do câncer de colo do útero?

As ações de prevenção são claras e acessíveis, tornando a redução da incidência desta doença uma meta totalmente possível.

Vacinação contra o HPV

A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos de 9 a 14 anos, além de grupos com condições clínicas especiais. Para meninas nessa faixa etária, a vacinação é a estratégia primordial de prevenção do câncer de colo do útero, pois protege contra os tipos mais comuns do vírus. A vacina, portanto, é um pilar fundamental na defesa contra a doença.

Exame preventivo (Papanicolau)

O exame Papanicolau, também conhecido como preventivo, é capaz de detectar lesões precursoras, ou seja, alterações nas células do colo do útero antes que se tornem câncer. O exame deve ser feito por mulheres a partir dos 25 anos que já iniciaram a vida sexual, e a periodicidade será definida pelo ginecologista.

Em complemento, testes de DNA do HPV mostram-se mais eficazes que o Papanicolau na prevenção do câncer de colo do útero, oferecendo maior segurança contra o desenvolvimento da doença. Esta é uma ferramenta adicional valiosa no rastreamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem metas ambiciosas para o combate ao câncer de colo do útero, visando vacinar 90% das meninas contra o HPV, rastrear 70% das mulheres e tratar 90% dos casos diagnosticados. Alcançar a eliminação global da doença exige alta adesão à vacina contra o HPV e programas de rastreamento de qualidade.

O que fazer após receber um diagnóstico positivo?

Receber o diagnóstico de câncer de mama ou de colo do útero é um momento desafiador. Contudo, é vital lembrar que as chances de cura são altas, principalmente quando a doença é descoberta no início.

O primeiro passo é buscar suporte e seguir rigorosamente as orientações da equipe de saúde. O tratamento é individualizado e pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia e outras terapias.

O papel da rede de apoio

O suporte de familiares, amigos e grupos de pacientes é fundamental para a saúde emocional. Conversar sobre medos e expectativas ajuda a enfrentar o tratamento com mais força e otimismo.

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A importância do acompanhamento médico multidisciplinar

O tratamento do câncer envolve uma equipe com diversos profissionais, como oncologistas, mastologistas, ginecologistas, radioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas. Esse cuidado integrado garante uma abordagem completa, cuidando não apenas da doença, mas do bem-estar geral da paciente.

O Outubro Rosa é um lembrete anual para cuidar da saúde. Use este mês para agendar suas consultas, colocar seus exames em dia e incentivar as mulheres ao seu redor a fazerem o mesmo.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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