
Outubro Verde é o mês de conscientização sobre a sífilis. Entenda por que o diagnóstico e tratamento na gestação são essenciais.
A descoberta da gravidez traz um misto de alegria e responsabilidades. Uma das mais importantes é iniciar o acompanhamento pré-natal, uma série de consultas e exames que garantem a saúde da mãe e do bebê. Entre os testes essenciais está o de sífilis, uma infecção que, se não tratada, pode passar para o feto e causar a sífilis congênita. É importante destacar que a sífilis congênita é uma condição totalmente evitável. Para isso, são essenciais o diagnóstico e o tratamento rápidos e corretos da gestante durante o pré-natal.
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Agende uma consultaA sífilis congênita ocorre quando a bactéria Treponema pallidum, causadora da sífilis, é transmitida da gestante para o feto através da placenta. Isso pode acontecer em qualquer fase da gravidez ou mesmo durante o parto, caso a mãe tenha lesões ativas da doença.
Essa forma de transmissão, chamada de transmissão vertical, só acontece se a gestante estiver infectada e não receber o tratamento adequado. Por isso, o diagnóstico precoce é a principal ferramenta de proteção para o bebê. Com a identificação precoce da infecção na gestante e o tratamento adequado com penicilina, a sífilis congênita pode ser completamente evitada.
A bactéria se espalha pela corrente sanguínea da mãe, atravessa a barreira placentária e infecta o feto. O risco de transmissão é muito alto, especialmente se a infecção materna for recente (fases primária ou secundária da doença), podendo chegar a mais de 70%.
Mesmo em fases mais tardias ou latentes da sífilis na gestante, o risco de contaminação fetal ainda existe e é significativo. Por essa razão, a testagem é recomendada em diferentes momentos da gestação.
Muitos bebês com sífilis congênita podem nascer sem sintomas aparentes, o que torna o diagnóstico dependente dos exames de pré-natal da mãe. Quando os sinais se manifestam, eles são divididos em duas categorias: precoce e tardia.
Os sintomas geralmente aparecem nos primeiros três meses de vida.
Se a infecção não for tratada no início, os sintomas podem surgir anos depois, causando sequelas permanentes. Entre as principais, estão:
A infecção pelo Treponema pallidum durante a gestação é uma das principais causas de desfechos gestacionais desfavoráveis. A ausência de tratamento pode levar a complicações graves, como:
Dados mostram que mais da metade dos casos de sífilis congênita poderiam ser evitados se as gestantes fizessem o teste de sífilis durante o pré-natal. Essas consequências reforçam a importância de um pré-natal bem executado, que é a forma mais eficaz de evitar essa tragédia.
A prevenção da sífilis congênita é simples e se baseia em três pilares: o diagnóstico precoce na gestante, o tratamento imediato e adequado dela e de suas parcerias sexuais, e o acompanhamento médico contínuo.
Para garantir a proteção do bebê, a prevenção exige o diagnóstico precoce e testes repetidos de sífilis durante a gravidez, com tratamento imediato e completo da gestante. É fundamental que as gestantes tenham acesso facilitado ao pré-natal, o que inclui a realização de testes rápidos e o início célere do tratamento da infecção.
O Ministério da Saúde recomenda que toda gestante realize o teste para sífilis (geralmente o VDRL) em três momentos-chave:
O exame é rápido e o resultado positivo permite iniciar o tratamento imediatamente, protegendo o bebê.
Ao receber o diagnóstico de sífilis, a gestante deve iniciar o tratamento o mais rápido possível. É igualmente essencial que sua parceria sexual (ou parcerias) também seja testada e tratada, mesmo que não apresente sintomas. Isso evita que a gestante seja reinfectada e garante a quebra do ciclo de transmissão.
Sim, a sífilis congênita tem cura. O tratamento é feito com o antibiótico penicilina, que é seguro tanto para a gestante quanto para o feto. Quando a mãe é tratada de forma correta durante a gravidez, a chance de transmissão para o bebê é drasticamente reduzida.
Se o bebê nascer infectado, ele também será tratado com penicilina. O esquema de tratamento é definido pelo médico pediatra após uma avaliação completa da criança. O acompanhamento médico é indispensável para garantir a eliminação completa da infecção.
O Outubro Verde é uma campanha nacional de conscientização sobre a sífilis e a sífilis congênita. O objetivo é alertar a população, especialmente gestantes e suas parcerias, sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento da infecção.
A campanha reforça a mensagem de que a sífilis congênita é uma doença que pode ser evitada com medidas simples, como o uso de preservativo em todas as relações sexuais e a realização de um pré-natal completo e de qualidade. Cuidar da sua saúde é o maior gesto de amor pelo seu bebê.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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