Obesidade: um alerta para a saúde que vai além da balança16 de outubro 2025
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Neste Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, entenda por que essa condição é uma doença e como buscar tratamento de forma segura.

Resumo:

  • A obesidade é uma doença crônica definida pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, com riscos à saúde.
  • O diagnóstico principal é feito pelo Índice de Massa Corporal (IMC), considerando-se obesidade um valor igual ou superior a 30 kg/m².
  • As causas são multifatoriais, envolvendo genética, ambiente, comportamento e fatores hormonais.
  • O tratamento seguro é multidisciplinar, envolvendo médicos, nutricionistas e outros profissionais.
  • O uso de medicamentos para emagrecer sem prescrição médica oferece sérios riscos e deve ser evitado.

A cena é comum: você sobe na balança e o número parece não corresponder à sua percepção. Ou talvez as roupas estejam mais apertadas, e atividades simples, como subir um lance de escadas, exijam mais fôlego que antes. Esses sinais, muitas vezes ignorados na correria do dia a dia, podem indicar que o sobrepeso está evoluindo para um quadro de obesidade, uma condição de saúde séria e que merece atenção.

O que é obesidade?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal a ponto de comprometer a saúde. Ela não é simplesmente uma questão estética, mas sim um problema de saúde pública global com consequências significativas para o bem-estar físico e mental do indivíduo.

O principal método utilizado para diagnosticar a obesidade em adultos é o Índice de Massa Corporal (IMC). O cálculo é simples: divide-se o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado. O resultado indica em qual faixa de peso a pessoa se encontra.

É importante notar que a obesidade, mesmo quando parece “clinicamente saudável” em um primeiro momento, é um estado temporário que pode evoluir para problemas de saúde graves, especialmente em crianças e adolescentes.

Qual a diferença entre sobrepeso e obesidade?

Tanto o sobrepeso quanto a obesidade indicam um peso acima do considerado saudável para uma determinada altura, mas a diferença está na intensidade. O IMC é a ferramenta que estabelece essa fronteira. Vale dizer que, embora seja um indicador útil, o IMC não avalia a composição corporal, como a quantidade de massa muscular e gordura. Por isso, uma avaliação médica completa é fundamental.

ClassificaçãoIMC (kg/m²) 
Abaixo do pesoMenor que 18,5
Peso normal18,5 – 24,9
Sobrepeso25,0 – 29,9
Obesidade Grau I30,0 – 34,9
Obesidade Grau II35,0 – 39,9
Obesidade Grau IIIMaior que 40,0

Por que a obesidade é considerada uma doença?

A obesidade foi oficialmente classificada como doença pela OMS por ser um fator de risco para o desenvolvimento de muitas outras condições crônicas. O excesso de tecido adiposo, especialmente na região abdominal, não é inerte; ele produz substâncias inflamatórias que afetam o corpo todo, sobrecarregando órgãos e sistemas.

Ela é uma condição complexa e progressiva, que por si só, já prejudica a saúde e aumenta o risco de mortalidade e diversas complicações. Assim, a condição aumenta significativamente a probabilidade de uma pessoa desenvolver problemas graves de saúde, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida. Tratá-la é uma medida essencial de cuidado com a saúde a longo prazo.

Quais são as principais causas da obesidade?

A obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, resulta da interação complexa de diversos elementos. Reduzi-la apenas à “falta de força de vontade” é um equívoco que desconsidera a ciência por trás da condição.

  • Fatores genéticos: a predisposição familiar pode influenciar o metabolismo e o acúmulo de gordura.
  • Fatores ambientais e comportamentais: o fácil acesso a alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e açúcar, somado ao sedentarismo, cria um cenário favorável ao ganho de peso.
  • Fatores hormonais: disfunções em hormônios ligados à fome e à saciedade, como a leptina e a grelina, ou condições como o hipotireoidismo, podem contribuir para o quadro.
  • Fatores psicológicos: estresse, ansiedade e depressão podem levar a mudanças nos hábitos alimentares como forma de compensação emocional.

Quais riscos a obesidade representa para a saúde?

O acúmulo excessivo de gordura corporal atua como um gatilho para diversas doenças. A lista de complicações associadas à obesidade é extensa e impacta praticamente todos os sistemas do corpo.

As principais condições de risco incluem:

  • Diabetes tipo 2
  • Hipertensão arterial (pressão alta)
  • Doenças cardiovasculares, como infarto e AVC
  • Níveis elevados de colesterol e triglicerídeos
  • Esteatose hepática (gordura no fígado)
  • Apneia do sono
  • Problemas ortopédicos, como artrose nos joelhos e quadris
  • Certos tipos de câncer (mama, cólon, endométrio, entre outros)

A obesidade é uma doença grave que contribui diretamente para o aumento da pressão arterial, conhecida como hipertensão. A hipertensão, por sua vez, é reconhecida como a principal causa de diversas doenças cardiovasculares e renais, ressaltando a interconexão dessas condições.

Como começar a tratar a obesidade de forma segura?

O primeiro passo é reconhecer a obesidade como uma doença que precisa de tratamento profissional. Dietas restritivas e soluções milagrosas encontradas na internet podem ser perigosas e gerar o temido “efeito sanfona”. O caminho seguro e eficaz envolve uma abordagem multidisciplinar.

A importância da equipe multidisciplinar

O tratamento da obesidade é mais eficaz quando coordenado por uma equipe de saúde. O médico, geralmente um endocrinologista ou clínico geral, investiga as causas e as comorbidades. O nutricionista elabora um plano alimentar individualizado e sustentável. O educador físico orienta a prática de exercícios seguros, e o psicólogo ajuda a lidar com as questões emocionais envolvidas.

Primeiros passos para uma alimentação saudável

Mudar hábitos alimentares não significa passar fome. Comece com pequenas trocas possíveis no seu dia a dia.

  • Aumente o consumo de água.
  • Inclua mais frutas, verduras e legumes nas refeições.
  • Prefira alimentos integrais aos refinados.
  • Reduza o consumo de açúcar, frituras e alimentos ultraprocessados.

Canetas emagrecedoras são seguras?

Medicamentos injetáveis, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”, tornaram-se populares. Eles agem em receptores hormonais que controlam a saciedade e o esvaziamento do estômago, auxiliando na perda de peso. É crucial entender que o tratamento da obesidade com esses medicamentos modernos exige sempre a combinação com mudanças no estilo de vida e acompanhamento profissional para garantir tanto a segurança quanto a eficácia. No entanto, seu uso sem prescrição e acompanhamento médico é extremamente perigoso.

A automedicação expõe o paciente a riscos como:

  • Efeitos colaterais graves: náuseas, vômitos, pancreatite e outros problemas gastrointestinais.
  • Mascaramento de outras doenças: o uso do remédio pode adiar o diagnóstico de condições que causam o ganho de peso.
  • Recuperação do peso: sem a mudança de estilo de vida, o peso perdido tende a ser recuperado assim que o medicamento é interrompido.

Portanto, esses medicamentos só devem ser utilizados sob estrita indicação e supervisão de um médico especialista, que avaliará se os benefícios superam os riscos para cada caso específico.

Prevenção é sempre o melhor caminho

O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade serve como um lembrete de que a adoção de hábitos saudáveis desde a infância é a estratégia mais eficiente. A obesidade é uma doença séria e crônica que pode se manifestar já na primeira infância. Essa manifestação precoce aumenta o risco de complicações graves na vida adulta. Uma dieta equilibrada e a prática regular de atividade física são os pilares para manter um peso saudável e evitar as complicações associadas ao excesso de gordura corporal.

Se você se identifica com os sinais de sobrepeso ou obesidade, não hesite. Buscar ajuda profissional é um ato de cuidado com a sua saúde. Um diagnóstico correto e um plano de tratamento individualizado são fundamentais para uma jornada de perda de peso segura e duradoura.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.