Psoríase: o que é, sintomas e como conviver com respeito20 de outubro 2025
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Entenda essa condição crônica da pele, que não é contagiosa e possui tratamento para controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida.

Resumo:

  • A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, de origem autoimune e não contagiosa.
  • Os sintomas mais comuns incluem manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas, coceira e dor.
  • A psoríase é uma doença sistêmica que afeta o corpo de forma ampla e está associada a outras condições de saúde.
  • Fatores como estresse, infecções e tempo frio podem desencadear ou piorar as crises.
  • Conviver bem com a psoríase envolve acompanhamento médico, cuidados com a pele e gerenciamento da saúde emocional.

Começa com uma coceira insistente no cotovelo ou nos joelhos. Depois, surge uma mancha avermelhada que, com o tempo, desenvolve uma camada esbranquiçada que descama. Essa cena, familiar para milhões de brasileiros, pode ser o primeiro sinal da psoríase, uma condição que afeta a pele, as unhas e até as articulações.

Apesar de comum, a falta de informação ainda gera estigmas que afetam o bem-estar de quem convive com a doença. Por isso, entender o que é a psoríase é o primeiro passo para o tratamento adequado e, principalmente, para o acolhimento.

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O que exatamente é a psoríase?

A psoríase é uma doença inflamatória crônica, autoimune e cíclica, o que significa que os sintomas podem desaparecer e reaparecer periodicamente. Esta condição afeta cerca de 125 milhões de pessoas em todo o mundo, impactando significativamente sua qualidade de vida. Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca as células da própria pele por engano, o que acelera o ciclo de vida das células cutâneas, fazendo com que se acumulem rapidamente na superfície e formem as lesões características.

Mais do que uma condição de pele, a psoríase é considerada uma doença sistêmica, o que significa que afeta o corpo de forma mais ampla. Ela está associada a outras condições de saúde, como problemas cardiovasculares, síndrome metabólica, artrite psoriásica, doenças inflamatórias intestinais e depressão. Para jovens com casos graves, por exemplo, a psoríase pode aumentar o risco de problemas do coração.

A condição também pode gerar uma grande carga psicossocial, levando a estigma e discriminação sociais. Entender que a psoríase vai além da pele é fundamental para um tratamento eficaz e para promover o respeito a quem vive com a doença.

A psoríase é contagiosa?

Não. Esta é a informação mais importante a ser disseminada. A psoríase não é causada por bactérias, vírus ou fungos, e não pode ser transmitida pelo toque, abraços, piscinas, roupas ou qualquer outro tipo de contato físico ou social. O preconceito nasce da desinformação, e saber disso é fundamental para oferecer apoio e respeito.

Quais são as causas da doença?

A causa exata da psoríase não é totalmente conhecida, mas sabe-se que há uma combinação de fatores genéticos e imunológicos. Se você tem um parente de primeiro grau com a condição, suas chances de desenvolvê-la são maiores. O sistema imune de pessoas com psoríase é hiperativo, produzindo inflamação e renovação celular excessiva.

Quais são os principais sinais e sintomas?

Os sintomas da psoríase variam de pessoa para pessoa, dependendo do tipo e da gravidade da doença. No entanto, alguns sinais são mais frequentes e servem de alerta para buscar avaliação médica. Os principais são:

  • Lesões avermelhadas: manchas ou placas vermelhas na pele, bem delimitadas.
  • Escamas prateadas ou brancas: camadas secas que cobrem as lesões e se soltam facilmente.
  • Pele seca e rachada: pode haver sangramento em algumas áreas.
  • Coceira (prurido): de intensidade variável, podendo ser leve ou muito incômoda.
  • Sensação de queimação ou dor: especialmente nas áreas das lesões.
  • Alterações nas unhas: podem ficar mais grossas, com depressões, manchas ou descolamento.
  • Rigidez e inchaço nas articulações: em casos de artrite psoriásica.

As lesões podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns no couro cabeludo, cotovelos, joelhos, mãos, pés e região lombar.

Existem diferentes tipos de psoríase?

Sim, a psoríase pode se manifestar de várias formas. Conhecer os tipos ajuda o dermatologista a definir o diagnóstico e o tratamento mais eficaz. A seguir, os mais comuns.

Tipo de PsoríaseCaracterísticas Principais 
Psoríase em placas (ou vulgar)É a forma mais comum (cerca de 80% dos casos). Causa lesões vermelhas e elevadas, cobertas por escamas brancas prateadas.
Psoríase gutataCaracteriza-se por pequenas lesões em forma de gota, geralmente no tronco, braços e pernas. Muitas vezes surge após infecções de garganta.
Psoríase invertidaAfeta as dobras da pele, como axilas, virilhas e sob os seios. As lesões são vermelhas, brilhantes e sem escamas aparentes.
Psoríase pustulosaForma rara, com pequenas bolhas de pus (não infecciosas) na pele. Pode ser localizada ou generalizada, exigindo atenção médica imediata.
Psoríase eritrodérmicaTipo grave e pouco comum que afeta grandes áreas do corpo, deixando a pele com aparência de queimadura solar. É uma emergência médica.
Psoríase unguealAfeta as unhas das mãos e dos pés, causando espessamento, depressões, descoloração e descolamento.
Artrite psoriásicaAlém das lesões de pele, causa inflamação, dor e rigidez nas articulações. Requer acompanhamento conjunto de dermatologista e reumatologista.

O que pode piorar ou desencadear as crises?

Pessoas com predisposição à psoríase podem ter crises desencadeadas por diversos fatores. Identificá-los é parte importante do tratamento e da prevenção.

  • Estresse emocional: é um dos gatilhos mais conhecidos e impactantes.
  • Infecções: principalmente as de garganta, causadas por estreptococos.
  • Clima frio e seco: a falta de umidade pode ressecar a pele e piorar os sintomas.
  • Lesões na pele: cortes, arranhões, queimaduras de sol ou picadas de inseto podem originar novas lesões (fenômeno de Koebner).
  • Certos medicamentos: alguns remédios para pressão alta, malária e transtornos de humor podem agravar o quadro.
  • Consumo de álcool e tabagismo: ambos estão associados a um maior risco e gravidade da psoríase.

Como a psoríase é diagnosticada?

O diagnóstico é feito principalmente por um médico dermatologista. Geralmente, a avaliação clínica, baseada na aparência da pele, unhas e couro cabeludo, é suficiente para identificar a doença. Em casos de dúvida, o médico pode solicitar uma biópsia, na qual um pequeno fragmento de pele é removido e analisado em laboratório para confirmar o diagnóstico e descartar outras condições.

Quais são as opções de tratamento disponíveis?

A psoríase não tem cura, mas tem controle. O objetivo do tratamento é reduzir a inflamação, controlar a proliferação das células da pele e remover as escamas, proporcionando alívio dos sintomas e períodos mais longos de remissão.

O plano de tratamento é sempre individualizado, dependendo do tipo, da gravidade e da extensão da doença, além do impacto na qualidade de vida do paciente.

Tratamentos tópicos

São aplicados diretamente na pele, como cremes, pomadas e loções. São a primeira linha de tratamento para casos leves a moderados e incluem hidratantes, corticoides e derivados da vitamina D e A.

Fototerapia

Consiste na exposição da pele à luz ultravioleta (UVA ou UVB) de forma controlada e sob supervisão médica. A radiação ajuda a diminuir a inflamação e a velocidade de crescimento das células da pele.

Medicamentos sistêmicos e biológicos

Para casos moderados a graves ou quando outros tratamentos não funcionam, o médico pode prescrever medicamentos de uso oral ou injetável. Os medicamentos biológicos são uma classe mais moderna, que age diretamente em pontos específicos do sistema imunológico para controlar a inflamação.

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É possível conviver bem com a psoríase?

Sim. Embora seja uma jornada que exige disciplina e aceitação, adotar hábitos saudáveis é fundamental para controlar a doença e manter a qualidade de vida. O cuidado vai além da pele e envolve um olhar integral para a saúde.

Cuidados com a pele

Manter a pele bem hidratada é essencial. Use cremes hidratantes sem perfume diariamente, especialmente após o banho. Evite banhos muito quentes e demorados, que podem ressecar a pele. A exposição moderada ao sol também pode ajudar, mas sempre com orientação médica e proteção adequada.

Gerenciamento do estresse e saúde mental

Como o estresse é um gatilho poderoso, buscar formas de gerenciá-lo é parte do tratamento. Práticas como meditação, ioga, atividade física regular e psicoterapia podem trazer grandes benefícios. O impacto emocional da psoríase não deve ser ignorado; procurar apoio psicológico é um ato de autocuidado.

A importância do acompanhamento médico regular

O acompanhamento com um dermatologista é crucial para ajustar o tratamento conforme a necessidade e monitorar a evolução da doença. Agende sua consulta em uma das nossas unidades da Clínica SiM porque a psoríase é uma condição crônica, e ter um profissional especializado e de confiança ao seu lado faz toda a diferença para um controle eficaz e seguro.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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