Entenda como as vacinas protegem o corpo e por que seguir o calendário vacinal é fundamental em todas as fases da vida.

Resumo:

• A vacinação ensina o sistema imunológico a se defender de vírus e bactérias específicas, criando uma memória de proteção.
• As vacinas são responsáveis por salvar entre 2 e 3 milhões de vidas todos os anos globalmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
• Manter a vacinação em dia contribui para a imunidade de rebanho, protegendo pessoas que não podem ser vacinadas.
• Consultar um profissional de saúde é o primeiro passo para verificar se sua carteira de vacinação está atualizada.

Você abre a gaveta de documentos e encontra aquela pequena caderneta, talvez um pouco gasta pelo tempo. A carteira de vacinação. Para muitos, ela remete à infância, às visitas ao posto de saúde. Mas aquele documento é, na verdade, um passaporte para uma vida mais saudável e um registro do seu compromisso com a saúde de todos ao redor.

O que é a vacinação e como ela funciona?

A vacinação é uma das medidas de saúde pública mais eficazes já desenvolvidas. Ela consiste na administração de vacinas, que são preparações biológicas projetadas para estimular o sistema imunológico a produzir defesas contra determinadas doenças infecciosas.

Pense na vacina como um treinamento para o seu corpo. Ela apresenta ao seu sistema de defesa um agente causador da doença (vírus ou bactéria) de forma enfraquecida ou inativada, ou ainda apenas fragmentos dele. Isso é suficiente para que o organismo aprenda a reconhecer e combater aquele invasor específico.

A memória do sistema imunológico

Após esse “treino”, o sistema imunológico desenvolve células de memória. Caso você entre em contato com o agente infeccioso no futuro, seu corpo já saberá como agir rapidamente, produzindo os anticorpos necessários para neutralizar a ameaça antes que a doença se instale ou se manifeste de forma grave.

Qual é a importância da vacinação para a saúde pública?

A vacinação vai muito além da proteção individual. Quando uma grande parcela da população está imunizada, o vírus ou a bactéria encontra dificuldade para circular, o que protege indiretamente as pessoas que não podem ser vacinadas, como bebês muito novos, idosos ou pacientes com o sistema imunológico comprometido.

A vacinação é uma das intervenções de saúde mais eficazes em todo o mundo. Ela é essencial para prevenir doenças graves, protegendo a saúde de indivíduos e populações, e combatendo surtos de enfermidades que poderiam ser evitadas.

Quantas vidas as vacinas já salvaram?

O impacto da imunização é imenso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as vacinas evitam de 2 a 3 milhões de mortes todos os anos por doenças como difteria, tétano, coqueluche, sarampo e poliomielite. Doenças que antes causavam epidemias devastadoras hoje são raras ou foram erradicadas em muitas partes do mundo graças a programas de vacinação bem-sucedidos. Um exemplo notável é a vacinação contra o sarampo, que entre 2000 e 2021, resultou em uma redução global de 83% nos casos da doença, salvando inúmeras vidas.

O que é a imunidade de rebanho?

A imunidade de rebanho, ou imunidade coletiva, é o efeito de proteção indireta mencionado anteriormente. Ela funciona como uma barreira de pessoas imunes que impede a disseminação de doenças. Para que funcione, é essencial que a cobertura vacinal na população seja alta. A vacinação, ao criar a imunidade de rebanho, protege não só as pessoas vacinadas, mas também as não vacinadas. Esse impacto é ainda maior quando é aplicada tanto em meninos quanto em meninas, como observado em programas de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV).

Quais vacinas são essenciais em cada fase da vida?

O Brasil possui um dos maiores programas públicos de vacinação do mundo, o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Ele oferece um calendário completo e gratuito para diferentes faixas etárias. É fundamental seguir as recomendações para garantir a proteção adequada.

Vacinação infantil

Desde o nascimento, os bebês recebem vacinas cruciais, como a BCG (contra formas graves de tuberculose) e a vacina contra a Hepatite B. Ao longo dos primeiros anos, o calendário inclui doses contra poliomielite, rotavírus, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola e muitas outras. É fundamental ressaltar que manter a vacinação infantil de rotina é seguro e salva mais vidas, mesmo em contextos de desafios de saúde pública. Análises de risco-benefício indicam que os benefícios da vacinação rotineira superam os riscos de contrair infecções como a COVID-19 ao visitar clínicas de vacinação.

Vacinação para adolescentes

Nesta fase, são importantes os reforços de vacinas da infância e a introdução de novas, como a vacina contra o HPV, que previne diversos tipos de câncer, e a meningocócica, que protege contra a meningite.

Vacinação para adultos e idosos

Muitos adultos acreditam que não precisam mais se vacinar, o que é um engano. É necessário tomar reforços da vacina contra difteria e tétano (dT) a cada 10 anos. Além disso, vacinas como a da gripe (influenza) anual, febre amarela (em áreas de recomendação) e pneumocócica são fundamentais, especialmente para idosos.

Vacinas para gestantes e grupos especiais

Gestantes devem receber vacinas específicas para proteger a si e ao bebê, como a dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto). Pessoas com condições crônicas, como diabetes ou doenças cardíacas, também podem ter indicações de vacinas especiais. A orientação médica é sempre necessária.

Mitos e verdades sobre a vacinação: o que a ciência diz?

A desinformação pode gerar medo e hesitação em relação às vacinas. É importante esclarecer que as vacinas disponíveis no Brasil são seguras e eficazes, passando por rigorosos testes de qualidade antes de serem aprovadas por órgãos como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Reações adversas, como dor local ou febre baixa, podem ocorrer e geralmente são leves e passageiras. Efeitos colaterais graves são extremamente raros. Múltiplos estudos científicos, realizados com milhões de pessoas ao redor do mundo, já comprovaram que não existe qualquer relação entre vacinas e o desenvolvimento de autismo.

Onde posso me vacinar e como manter minha carteira em dia?

As vacinas do calendário do PNI estão disponíveis gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo o país. Basta apresentar um documento de identificação e, se possível, a carteira de vacinação. Algumas vacinas também estão disponíveis na rede privada.

Se você perdeu sua carteira ou não sabe se suas vacinas estão atualizadas, não se preocupe. Agende uma consulta em uma das unidades da Clínica SiM. Os profissionais de saúde poderão orientá-lo sobre como regularizar sua situação vacinal e garantir sua proteção.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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