
Por anos, a medida 120/80 mmHg foi o padrão de normalidade. Entenda por que agora ela exige mais atenção e quais os próximos passos para cuidar da sua saúde.
Sim, de acordo com as mais recentes Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, uma pressão arterial consistentemente em 120/80 mmHg já é classificada como “pressão arterial elevada”. Esse valor, antes visto como o limite superior da normalidade, agora serve como um importante sinal de alerta. As diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) também classificam 120/80 mmHg como “Pressão Arterial Elevada”, reforçando a importância da prevenção cardiovascular.
Uma pressão arterial com sistólica entre 120 e 139 mmHg ou diastólica entre 80 e 89 mmHg é classificada como pré-hipertensão. Essa faixa já indica um risco elevado para o desenvolvimento de hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, medidas de 12 por 8 (120/80 mmHg) já são consideradas pré-hipertensão e apontam para um risco significativo de doenças cardíacas e mortalidade.
É fundamental esclarecer que ter uma pressão 12 por 8 não significa que você se tornou hipertenso. A hipertensão ainda é diagnosticada com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg (“14 por 9”). A nova categoria funciona como um estágio intermediário, conhecido como pré-hipertensão, indicando um risco aumentado de desenvolver a doença no futuro.
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Agende uma consultaA reclassificação foi uma decisão conjunta de entidades como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). O objetivo principal é a prevenção.
Essa condição, conhecida como pré-hipertensão, é um estágio anterior à hipertensão, mas já está diretamente associada a um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares e renais. Agir preventivamente nesse estágio é crucial para evitar que a situação evolua para um quadro mais grave. Estudos demonstraram que, mesmo em níveis como 12 por 8, o risco de eventos cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), já começa a se elevar gradualmente. Identificar esses indivíduos mais cedo permite a implementação de medidas de estilo de vida para evitar ou retardar a progressão para a hipertensão e suas complicações.
Para facilitar o entendimento, a classificação atualizada pode ser organizada de forma simples. A tabela abaixo resume as novas faixas de referência para adultos, medidas em milímetros de mercúrio (mmHg).
| Classificação | Pressão Sistólica (“Máxima”) | Pressão Diastólica (“Mínima”) |
|---|---|---|
| Ótima | Menor que 120 | Menor que 80 |
| Normal | Menor que 130 | Menor que 85 |
| Pré-hipertensão (ou Pressão Elevada) | Entre 130-139 | Entre 85-89 |
| Hipertensão Estágio 1 | Entre 140-159 | Entre 90-99 |
| Hipertensão Estágio 2 | Entre 160-179 | Entre 100-109 |
| Hipertensão Estágio 3 | Igual ou maior que 180 | Igual ou maior que 110 |
Fonte: 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.
Manter a pressão arterial na faixa de pré-hipertensão não costuma causar sintomas imediatos, como dor de cabeça ou tontura. O perigo reside no longo prazo. Esse estado indica que o sistema cardiovascular já está trabalhando sob uma sobrecarga maior que a ideal. Estudos indicam que ter uma pressão na faixa de 12 por 8 já aponta para um risco aumentado de doenças cardíacas e até mesmo de mortalidade geral.
Os principais riscos associados a essa condição são:
Receber a notícia de que sua pressão agora é considerada “elevada” pode ser preocupante, mas a principal mensagem é de ação e prevenção. Na grande maioria dos casos, o tratamento inicial não requer o uso de medicamentos.
A abordagem inicial e mais eficaz é a adoção de hábitos mais saudáveis. Essas medidas podem, em muitos casos, normalizar a pressão arterial e evitar a necessidade de remédios no futuro. As principais recomendações incluem:
A decisão de iniciar um tratamento medicamentoso para pré-hipertensão é individual e deve ser tomada por um médico. Geralmente, a medicação só é considerada se o paciente, além da pressão elevada, apresentar outros fatores de risco cardiovascular, como diabetes, colesterol alto ou histórico de doença cardíaca na família.
Para a maioria das pessoas com pressão 12 por 8, as mudanças no estilo de vida são suficientes para controlar os níveis e reduzir os riscos.
É fundamental procurar uma avaliação médica se você afere sua pressão regularmente e os valores estão consistentemente em 120/80 mmHg ou acima. Um cardiologista ou clínico geral poderá realizar uma avaliação completa.
O profissional irá analisar seu histórico de saúde, solicitar exames e considerar outros fatores de risco para definir o melhor plano de cuidados para você. O acompanhamento regular é a chave para garantir que sua pressão permaneça sob controle e sua saúde cardiovascular seja preservada.
Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.
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