Pressão 12 por 8: o que mudou na nova classificação?03 de outubro 2025
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Por anos, a medida 120/80 mmHg foi o padrão de normalidade. Entenda por que agora ela exige mais atenção e quais os próximos passos para cuidar da sua saúde.

Afinal, pressão 12 por 8 é considerada alta?

Sim, de acordo com as mais recentes Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, uma pressão arterial consistentemente em 120/80 mmHg já é classificada como “pressão arterial elevada”. Esse valor, antes visto como o limite superior da normalidade, agora serve como um importante sinal de alerta. As diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) também classificam 120/80 mmHg como “Pressão Arterial Elevada”, reforçando a importância da prevenção cardiovascular.

Uma pressão arterial com sistólica entre 120 e 139 mmHg ou diastólica entre 80 e 89 mmHg é classificada como pré-hipertensão. Essa faixa já indica um risco elevado para o desenvolvimento de hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, medidas de 12 por 8 (120/80 mmHg) já são consideradas pré-hipertensão e apontam para um risco significativo de doenças cardíacas e mortalidade.

É fundamental esclarecer que ter uma pressão 12 por 8 não significa que você se tornou hipertenso. A hipertensão ainda é diagnosticada com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg (“14 por 9”). A nova categoria funciona como um estágio intermediário, conhecido como pré-hipertensão, indicando um risco aumentado de desenvolver a doença no futuro.

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Por que a classificação da pressão arterial mudou?

A reclassificação foi uma decisão conjunta de entidades como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). O objetivo principal é a prevenção.

Essa condição, conhecida como pré-hipertensão, é um estágio anterior à hipertensão, mas já está diretamente associada a um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares e renais. Agir preventivamente nesse estágio é crucial para evitar que a situação evolua para um quadro mais grave. Estudos demonstraram que, mesmo em níveis como 12 por 8, o risco de eventos cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), já começa a se elevar gradualmente. Identificar esses indivíduos mais cedo permite a implementação de medidas de estilo de vida para evitar ou retardar a progressão para a hipertensão e suas complicações.

Qual é a nova tabela de classificação da pressão arterial?

Para facilitar o entendimento, a classificação atualizada pode ser organizada de forma simples. A tabela abaixo resume as novas faixas de referência para adultos, medidas em milímetros de mercúrio (mmHg).

ClassificaçãoPressão Sistólica (“Máxima”)Pressão Diastólica (“Mínima”) 
ÓtimaMenor que 120Menor que 80
NormalMenor que 130Menor que 85
Pré-hipertensão (ou Pressão Elevada)Entre 130-139Entre 85-89
Hipertensão Estágio 1Entre 140-159Entre 90-99
Hipertensão Estágio 2Entre 160-179Entre 100-109
Hipertensão Estágio 3Igual ou maior que 180Igual ou maior que 110

Fonte: 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.

Quais são os riscos de manter a pressão em 12 por 8?

Manter a pressão arterial na faixa de pré-hipertensão não costuma causar sintomas imediatos, como dor de cabeça ou tontura. O perigo reside no longo prazo. Esse estado indica que o sistema cardiovascular já está trabalhando sob uma sobrecarga maior que a ideal. Estudos indicam que ter uma pressão na faixa de 12 por 8 já aponta para um risco aumentado de doenças cardíacas e até mesmo de mortalidade geral.

Os principais riscos associados a essa condição são:

  • Progressão para hipertensão: uma pessoa pré-hipertensa tem uma probabilidade muito maior de se tornar hipertensa.
  • Aumento do risco cardiovascular e renal: além de elevar as chances de desenvolver doenças cardíacas, AVC e lesões em vasos sanguíneos ao longo do tempo, a pré-hipertensão está diretamente ligada ao risco de doenças renais. Por isso, a prevenção é crucial.

O que fazer se minha pressão é frequentemente 12 por 8?

Receber a notícia de que sua pressão agora é considerada “elevada” pode ser preocupante, mas a principal mensagem é de ação e prevenção. Na grande maioria dos casos, o tratamento inicial não requer o uso de medicamentos.

Mudanças no estilo de vida (sempre o primeiro passo)

A abordagem inicial e mais eficaz é a adoção de hábitos mais saudáveis. Essas medidas podem, em muitos casos, normalizar a pressão arterial e evitar a necessidade de remédios no futuro. As principais recomendações incluem:

  • Reduzir o consumo de sal: evite alimentos ultraprocessados, embutidos e não adicione sal extra à comida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo máximo de 5 gramas de sal por dia.
  • Adotar uma dieta balanceada: priorize frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, como no padrão da dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension).
  • Praticar atividade física regular: busque acumular pelo menos 150 minutos de exercícios de intensidade moderada por semana, como caminhada rápida, ciclismo ou natação.
  • Manter um peso saudável: a perda de peso, mesmo que modesta, tem um impacto significativo na redução da pressão arterial.
  • Controlar a gordura corporal: a gordura visceral e um alto percentual de gordura corporal são fatores que aumentam o risco de pré-hipertensão, especialmente em pessoas mais jovens. Manter uma composição corporal saudável é fundamental para reduzir esse risco.
  • Moderar o consumo de álcool: o excesso de bebidas alcoólicas pode elevar a pressão.
  • Não fumar: o tabagismo danifica os vasos sanguíneos e acelera o processo de aterosclerose.
  • Gerenciar o estresse: técnicas de relaxamento, meditação e hobbies podem ajudar a controlar os níveis de estresse, que influenciam a pressão.

Preciso tomar remédio?

A decisão de iniciar um tratamento medicamentoso para pré-hipertensão é individual e deve ser tomada por um médico. Geralmente, a medicação só é considerada se o paciente, além da pressão elevada, apresentar outros fatores de risco cardiovascular, como diabetes, colesterol alto ou histórico de doença cardíaca na família.

Para a maioria das pessoas com pressão 12 por 8, as mudanças no estilo de vida são suficientes para controlar os níveis e reduzir os riscos.

Quando devo procurar um médico?

É fundamental procurar uma avaliação médica se você afere sua pressão regularmente e os valores estão consistentemente em 120/80 mmHg ou acima. Um cardiologista ou clínico geral poderá realizar uma avaliação completa.

O profissional irá analisar seu histórico de saúde, solicitar exames e considerar outros fatores de risco para definir o melhor plano de cuidados para você. O acompanhamento regular é a chave para garantir que sua pressão permaneça sob controle e sua saúde cardiovascular seja preservada.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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Bibliografia

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